Wednesday, February 11, 2009

Como?




Dizia Lukács que sem estratégias não seria possível termos táticas. Diante da crise civilizatória que vivemos a pergunta pertinente qual é? Começando do começo. O que é estratégia? Vem do grego strategía, o comando do exército.

“ s. f.,
parte da arte militar que estuda as grandes operações da guerra e lhes prepara o plano;
estratagema;
táctica;
ardil”.

Segundo o Dicionário estratégia teria como sinônimo tática! Vejamos tática: do grego taktiké.

“s. f.,
arte de combater ou ordenar as tropas em posições e locais favoráveis;

fig.,
estratégia ou sistema pensado habilmente de forma a conseguir bons resultados num negócio, num empreendimento, num jogo, etc”.

Então tudo está relacionado a guerra. A luta armada. O dicionário, no caso da expressão “tática” já nos trouxe um sentido figurado, que em muito contribui para a reflexão.
Aqui, no sentido figurado, o dicionário coloca como sinônimos as palavras tática e estratégia.
Deve haver alguma coisa errada ou mal explicada. Ambas são palavras gregas. Por que os gregos criariam duas palavras diferentes que representariam a mesma ação.
Um olhar um pouquinho mais atento nos revela que quem elaborou o dicionário faz um confusão o que não ajuda muito.
Em estratégia temos o verbo estudar. Já na palavra “tática” temos os verbos combater e ordenar. Um teoria, outro prática.
Agora o pensamento de Lukács começa a fazer sentido. A estratégia se faz com tempo e com calma, se estuda. Já a tática tem um tempo-espaço mais curto. É mais imediata.
Irônico que o dicionário classifica o militarismo de “arte”. Mas enfim. Se assim realmente for, então temos um estudo prévio e um improviso que será melhor executado quanto melhor tenha sido o estudo pretérito.
Desta forma, antes de qualquer coisa, precisamos elaborar uma estratégia.
Diante disso devemos passar ao estudo de como se elabora uma estratégia. Devaniando podemos pensar em algumas perguntas essências. Tratando-se de algo militar, significa que temos um inimigo. E se temos um inimigo, temos que vencê-lo.
Mas quem é o inimigo? Eu digo que temos dois. Um externo e um interno. Nada de novo até aí.
Mapiemos o inimigo externo. O sistema financeiro, que é dono de tudo. As elites. A velha luta de classes. Está meio vago ainda? Temos um sistema financeiro, vários bancos e um banco central que emite moeda. Como todo mundo deve dinheiro para eles, de certa forma eles tem todo o sistema produtivo na mão, quando não são de “papel passado” mesmo os donos dos meios produtivos.
Temos dois setores produtivos que podemos, em um primeiro momento, focar a nossa atenção. O setor primário, agricultura, ou seja, produção de alimentos e o setor produtivo secundário, industrial. É isso mesmo? Acho que sim. Produção de bens materiais.
Deixemos por enquanto os prestadores de serviços de fora. Este dois setores que mencionamos são dominados por nossos inimigos. Pessoas que querem explorar a mão de obra de outras, pagar salários de fome e ainda por cima lucrar muito. Grande parte de seu lucro vai para o sistema financeiro em forma de pagamento de empréstimos.
Tendo esse inimigo focado, como podemos tirar das mãos deles esse sistema produtivo de alimentos e industrial. Primeiro, podemos incentivar os nossos produtores, a agricultura familiar e o povo da ecosol. Em segundo lugar, podemos começar a tomar mais e mais fábricas que estejam em processo falimentar. Talvez tenhamos que tomar qualquer fábrica que tenhamos vontade.
De inimigo externo chega por enquanto. Ainda falta visualizar melhor quem é, onde vive e do que se alimenta.
Outro aspecto que temos que conseguir focar é o inimigo interno. Fomos condicionados e educados a viver de uma forma que alimenta esse sistema. Houve uma naturalização de hábitos, condutas e convivências que de normal não possuem absolutamente nada.
Logo temos a necessidade de nos reeducarmos, cambiarmos nosso estilo de vida, nossas ambições. Para isso teremos que mudar hábitos. E de forma massiva. Do contrário, perderemos novamente.
Todo o sistema está estruturado na forma como fomos educados e nos valores e hábitos incutidos pela mídia, ou seja, mudemos nossa forma de viver e eles não terão como se manter.
Reza a lenda que 21 dias é o tempo suficiente para reprogramação celular. Em míseros, mas árduos 21 dias, se consegue alterar hábitos. Neste caso militante os mais urgentes é que mudemos nossa alimentação.
É na alimentação que encontramos mais facilidade de conseguir mudar o destino do nosso dinheiro. Devemos investir nossas migalhas na agricultura familiar e orgânica.
Desta forma é importante que mantenhamos o foco em como conseguir enfraquecer o inimigo. Essa é uma estratégia.
Outra estratégia é nos apoderarmos de meios de comunicação. Precisamos fazer a disputa das mídias .... ela é fundamental para conseguirmos ampliar esse debate sobre como isolar e matar de fome esse sistema.
Outra estratégia é conseguirmos ocupar os espaços democráticos que temos. Ocupar todos e realizar o bom debate. Precisamos treinar nossa retórica e afinar nossos discursos.

Monday, February 09, 2009

É ... que outro mundo é possível? Breve avaliação do FSM!


O FSM em Belém refletiu o que vinha se ampliando em Porto Alegre no decorrer de suas edições. Uma série de painéis, com palestras e gente falando aquilo que se lê em seus artigos semanais e/ou diários. Ou seja, ao invés de lermos o artigo do Emir Sader, por exemplo, eu apreciava a retórica (no sentido Aristotélico, i.e., algo positivo) do sociólogo.

Claro que não podemos esquercer a feira de artesanato, algo que com as devidas ponderações por que depende do artesanato (é que surgem missangas plásticas, o artesanato produzido em série, sabe como é!). Também devemos fazer referência a toda a espécie de suvenirs expostos a venda, como camisetas, chaveiros, lenços, DVD piratas (com bons filmes e documentários diga-se), etc.

Desconfio que as mostras culturais é o que temos de mais revolucionário. Cultura popular, música popular, artesanato e produção popular. Espaços onde o capital tem mais dificuldade de intervir.

O FSM de 2009 também, a exemplo de PoA serviu de palanque para políticos sedutores (aqui a retórica em seu sentido negativo, pois seduzir na política é o mesmo que fazem as agências publicitárias, ou seja, uma violência contra a tua liberdade de escolha. Mas deixemos esse debate para outra oportunidade) e também para politicos mais honestos e democráticos. Ao menos no discurso. Dilma Rousef, por exemplo, ao contrário de Lula, usa de um discurso de racionalidade, extremamente cauteloso é verdade (a mídia estava na torcida por uma palavra mais radical da ministra) mas um discurso que primava pela lógica. Chato sem dúvida. Nada empolgante. Mas honesto, no sentido que te deixa espaço para refletir. Não te seduz. Não te fala o que quer ouvir. Será que é por inabilidade dela em ter esse discurso sedutor a lá Lula ou ela prima realmente pelo discurso democrático?

Mas voltando ao FSM. Ele deveria ser o espaço para definições políticas, articulação entre os movimentos para que pautas e lutas comuns fossem tiradas. Ações conjuntas realizadas. Debates sobre o que fazer e como aglutinar esforços para mais uma vez na história tentarmos tirar o Estado das mãos destes que controlam os sistemas financeiros e as mídias. Ou melhor tirar o sistema financeiro e as mídias desses que as detém atualmente. Enfim, algo mais pragmático, objetivo, vivo.

Em um debate que reuniu Emir Sader, Michael Löwy e Luis Hernández Navarro, uma advertência se repetiu com diferentes matizes: o próprio FSM não está livre dessas ondas. Ou define uma estratégia de luta política que leva em conta o que pode ocorrer nos próximos meses, ou corre o risco de ser soterrado pelos escombros do mundo atual.

Ou seja, o FSM não pode se transformar no mísero direito de balançar as pernas do enforcado, se é que me entendem. O pessoal do direito chama de ius isperniandi. Não pode ser apenas isso.

Tenho a esperança que o FSM não irá confirmar o velho ditado do Barão de Itararé que dizia “De onde menos se espera é dali mesmo que não sai nada”. Acho que algo pode sair do encontro de mais prático e objetivo. Não sei o que, mas chances existem. Os Movimentos Sociais (mais uma vez eles) conseguiram tirar uma agenda. Já a plenária final do FSM é melhor que caia no esquecimento.

Quanto ao Acampamento Intercontinental da Juventude, com razão abandonou o subtítulo de “Cidade das Cidades”. Beirava não ser um acampamento, capit? E ao contrário do que alguns otimistas dizem, não vi uma juventude tão ávida assim por mudanças. Vi sim uma juventude ávida por sexo, drogas e rock n'roll. Coisa que nossos pais e até avós de alguns que lá estavam já faziam nas décadas de 60 e 70. O que aquela geração conseguiu vivemos o resultado.

Uma das experiências hilárias do AIJ, que se realizou na UFRA, era ir nas tendas localizadas naquele campus. Salvo grandes “celebridades” presentes, os painéis de debates e tendas eram frequentados por quem? Claro, por eles e elas, os que já tinham dado adeus a juventude física a alguns anos ou décadas! Acredito que seus espíritos ainda são jovens. Os velhos militantes me dão mais esperança do que os novos.

Lembremos ainda dos 146 milhões de reais despejados em Belém para o FSM. Não haviam ônibus suficientes para o transporte!! Porto Alegre em sua última edição contou com 15 milhões. Me recordo de ter banheiros suficientes e de transporte para PUC (argh!) todos os dias, com ar condicionado! Não vou listar todos os problemas estruturais do FSM. Mas onde foram investidos os 146 milhões mesmo? Seria na estrada nova que fizeram entre a UFRA e a UFPA? Asfalto colocado para gringo ver, já que a comunidade não sabia o que era recapagem a anos! Melhor que nada, dizem! Bueno, viva o povo de Terra Firme, mesmo com toda a violência que lá existe, são heróis que não se deram conta de sua força!

Deixemos também a desprogramação de lado, chega de falar mal do FSM.

Afinal, e para concluir, sempre é um encontro válido. Muito pior seria se o FSM não existisse. Ficou um pouco o cheiro de engodo é verdade, contudo ainda é o nosso engodo e as nossas contradições.

Realmente um lugar em que temos a Eletronorte que constrói barragens e que tem lá também o movimento nacional de luta contra as barragens, um lugar que tem “recarga vivo”, “recarga tim”, máquinas de coca-cola (com o ridículo disfarce de “geladão”) e ao mesmo tempo faixas anticapitalistas irá construir um outro mundo. Não tenhamos dúvida, um outro mundo sempre é possível e é contruído todos os dias. Mas qual outro mundo é possível? Esse slogan é um copo vazio, mas não esqueçamos que um copo vazio está cheio de ar!

Sejamos claros camaradas! Queremos um mundo que não seja capitalista e que seja extremamente democrático. Larguemos de papo-furado!

O grande aspecto positivo desta edição do FSM foi sem dúvida a possibilidade de maior diálogo e conhecimento dos povos indígenas. Talvez nos povos originários encontremos as respostas que precisamos para criar um outro mundo que abandone e faça do capitalismo parte da história!


Sunday, February 08, 2009

A mudança de hábitos como forma de romper com o sistema capitalista






Camaradas, quero debater com vocês hoje sobre a necessidade de mudarmos nossos hábitos.
Os nossos hábitos é que garantem a ordem social vigente. Quando optamos por lutar contra a ordem
organizada pelos grandes capitalistas, donos do sistema financeiro, donos dos meios de comunicações
e da indústria do cinema que molda nossos hábitos e nos diz o qual é o estilo e o modo de vida que
devemos ter, necessário se faz termos a consciência que apesar de termos sido educados a viver desta maneira
devemos romper com isso, como uma forma de luta cotidiana.
Sem dúvida trata-se de uma luta complicada, mas necessária. Quando olhamos para história, vemos que de quase tudo
já se tentou. Não tivemos exito camaradas. O capital permeia tudo. A URSS estava recheada de investimentos capitalistas
e era uma nulidade em termos democráticos. O capital encontra solo fértil quando o ingrediente democrático está
ausente.
As mobilizações de massa são fracas e o medo é o que vige. O ser humano receia mudanças, mesmo que a realidade
seja miserável e domesticada.
Percebam, quando compramos carros novos, alimentamos a indústria automotiva. Quando destruímos nossos corpos
com hábitos não saudáveis, quem está no poder, e infelizmente poder também é força, os que dominam se regozijam!
Quando consumimos os programas de TV, rádio, jornal, internet devemos ter muito cautela em quem estamos ouvindo.
Qualquer coisa industrializada, principalmente alimento e vestuário e tecnologia, quando os consumimos,
alimentamos e fortalecemos aqueles que queremos derrubar.

Assim sendo camaradas, temos o devir revolucionário de mudarmos os nossos hábitos de forma violenta, que nos
causará, sem sombra de dúvida desconforto, e em alguns mais apegados a essa forma de viver até sofrimento. Mas
isso tem se mostrado indispensável.
Camaradas, fiquemos atentos ao que de fato temos condições de atingir em prazo imediato.
Devemos deixar de consumir produtos produzidos por grandes conglomerados capitalistas. Por exemplo:
Não devemos tomar cerveja produzida pela ambev. Não devemos fumar cigarros produzidos pelas grandes do cigarro.
Mas vocês se perguntam: Mas como isso?
Estamos completamente cercados seu idiota!
Como seria isso possível nas grandes metrópoles? A resposta é essa: Consumamos o mais artesanal
possível. Consumamos o orgânico e o produzido por cooperativas. Consumamos alimentos in natura!
Devemos mapear os locais onde estes produtos estão disponíveis e organizarmos nossas compras e assim proceder
todos os dias.
Nossas comprar roupas também neste sentido. Compremos os produtos produzidos pela economia popular solidária.
Nosso custo de vida provavelmente vai aumentar, mas temos que fortalecer esses setores.
Precisamos aumentar o nosso conhecimento sobre como se alimentar e sobre como administrar o nosso corpo
e desta forma conseguir entender que precisamos de uma alimentação que tenha como base o consumo de alimentos
in natura (frutas, hortaliças, legumes, cereais) ao invés de alimentos processados. Devemos reduzir o consumo
de animais e de seus produtos derivados.
É necessário disciplina camaradas, mas se nao tivermos essa consciência e essa mudança de hábitos teremos que contar
com uma intervenção intergalática, contar com ecatombes naturais para essa máquina da morte pare. É temerário
contarmos com isso. Precisamos acordar e reagir.
Aquelas(es) mais ousadas(os) que tiverem a oportunidade devem aproveitar a chance e ir viver em comunidades
alternativas e que pratiquem a autosustentabilidade, devem fazê-lo imediatamente para que tenhamos mais controle
sobre as formas produtivas.
Não se trata de abandonar a sociedade, mas sim de enfraquecer aqueles que acham que podem domesticar seus semelhantes.
Devemos dizer: Não queremos a sua comida! Não queremos a sua roupa! Não queremos os teus valores e hábitos!
Trabalhadores e trabalhadoras, tomem as fábricas! Fundem cooperativas! Seus empregos serão destruídos de qualquer
forma, não se iludam. Mais uma crise está ai! Mas uma vez as mesmas famílias vão lucrar as custas das milhões
de vidas que irão perecer em guerras que eles já estão fomentando! Vermes! Não, chamar vocês de vermes é uma
ofensa aos vermes que prestam um serviço inestimável a natureza e a vida! Sois um vírus, um parasita que destrói
os teus semelhantes e teu local de vida, na maior prova de tua completa irracionalidade!

Por fim, quero chamar a atenção que precisamos parar imediatamente! Precisamos mudar urgentemente os nossos hábitos!
Assim ficaremos mais fortes e eles mais fracos. Assim teremos mais condições de fazer a revolução necessária!
Camaradas, isso é apenas parte daquilo que precisamos fazer, mas é fundamental! Eles confiam na mídia! Devemos
peremptóriamente desobedecer o que a mídia nos diz! Mudemos nossos hábitos, fortaleçamos os nossos meios de produção!
Desintoxiquemos os nossos corpos! Mudemos o nosso vestuário! Mudemos nossa forma de morar! E nada de carro zero!
Devemos apenas comprar carros se estritamente necessário e deve ser usado!
Abandonemos o sonho de vida estadunidense! Olhemos para os índios, com eles temos o que aprender!

Sorte a tod@s e viva a Revolução! A história apresenta nova chance, venceremos!

Wednesday, July 23, 2008

Seu Madruga



Seu Madruga, antes de qualquer coisa era um vagabundo por excelência. Em mais um dos episódios clássicos do programa do Chaves acontece uma cena ilária. Seu Madruga sai para buscar trabalho e volta para casa triste e cabisbaixo. Então Chiquinha, sensível as reações de seu pai, lhe pergunta: "O que houve papi, não encontrou emprego?". No que prontamente seu Madruga responde: Muito antes pelo contrário minha filha". Nós do Benditos Rebeldes, rendemos essa homenagem, mais do que merecida, a este clássico vagabundo, a esse Bendito Rebelde que foi o Seu Madruga.




No Programa do Chaves

Sua vida não foi somente a de um saco de pancadas. Muito menos a de um chimpanzé reumático. Como todo mundo, ele também tem uma história. Sempre vestido com calças jeans velhas e desbotadas, uma camiseta que provavelmente um dia foi preta, um chapéu de jeans e um tenis pra lá de surrado. Essas são caracteríscticas únicas que podem ser resumidas em duas palavras: SEU MADRUGA.
Um personagem simples, que leva uma vida simples... Ele é o pai de Chiquinha, e ficou viúvo nove anos atrás, quando ela nasceu, pois sua mulher preferiu que a filha nascesse. É um homem maduro, analfabeto, pois nunca terminou a escola. Ao invés de estudar, teve de trabalhar muito para sobreviver. Hoje em dia, embora diga que lhe faltam oportunidades, Seu Madruga se deixou entregar à preguiça, e foge do trabalho como o diabo foge da cruz. Tenta sobreviver como pode, fazendo toda a sorte de bicos, como o 'Velho do Saco', sapateiro, e como barbeiro, por exemplo.
Solteirão, É alvo constante das cantadas de Dona Clotilde. A velha senhora vê neste viúvo a chance para desencalhar, e tenta apanhá-lo pelo estômago, que é uma de suas maiores fraquezas. Mas ele gosta mesmo é da tia da Paty, que mora no 21, em cima das escadarias, defronte à sua casa, que é no número 72. Madruga vê no Chaves seu reflexo de quando ele era criança, e tenta ser tolerante com as encrencas que o garoto arruma. Mas quando o Chaves apronta alguma com o Quico, o bochechudo logo grita em busca de sua mãe, e a velha Dona Florinda irrompe porta afora, já acusando Seu Madruga de ter feito o filho chorar (embora algumas vezes isso seja verdade, quando Madruga o belisca). Aí, ela o esbofeteia, Quico o chama de gentalha, ele perde o controle e joga o boné no chão, pisoteando-o. Neste meio tempo, surge o Chaves, e diz algo engraçado sobre sua vovozinha. E lá vai o Chaves tomar um croque, que vai colocá-lo a chorar e a se esconder no barril.
Seu Madruga vive sempre fugindo do Sr. Barriga por não pagar os seus religiosos 14 meses de aluguel que lhe deve. Seu Madruga não é um cínico, pois ele realmente tem vergonha de não ter o dinheiro para pagar o aluguel, mas se agüenta como um bom macho!




Na vida real* (na foto, Seu Madruga na juventude)

Seu nome era "Don" Ramón Valdez. Seu pai trabalhava com teatro, e então desde criança nosso Seu Madruga já tinha uma veia artística (ele era dos únicos do seriado que já tinham alguma experiência anterior com teatro/tv/cinema). Infelizmente Ramón Valdéz não está mais conosco. Ele morreu no dia 9 de agosto de 1988. de câncer no pulmão devido ao fumo em excesso.
Antes de ser ator, era dono de uma lanchonete na Cidade do México, que acabou falindo. Então ele se inscreveu em um concurso para ser comediante e passou no teste. Fez tele novelas, um seriado de comédia (tipo Casseta e Planeta) que em pouco tempo saiu de moda, pois era pouco assistido.
Então surgiu a obra prima: Roberto Gomez Bolaños, que convidou-o para fazer um seriado (Chaves e Chapolin). Aí sim fez muito sucesso e a produção deu uma grande renda. Assim a estrela de Seu Madruga brilhou! A
super produção faturou muito e Don Ramón juntou dinheiro para comprar sua casa própria e foi ficando famoso e conhecido mundialmente. Ficou milionário.
Don Ramón saiu do Chaves e Chapolin em outubro de 85 (que após sua sua saída só gravou mais 13 episódios) e foi fazer um programa com o Quico. Resultado:um fracasso. Só passou duas semanas no ar pela rede Tele Uno. Em janeiro de 88, descobre que está com câncer em estado avançado e que dali pra frente só durou até 9 de agosto do mesmo ano, falecendo de câncer no pulmão por excesso de fumo.
Quando Seu madruga morreu o pessoal do seriado tentou colocar a bisavó da Chiquinha no lugar dele. Mas não deu certo, pois nada e ninguém conseguiria substituir Seu Madruga. Só ele conseguiria fazer aquele papel.
Quando houve a sua morte, o grupo se dispersou sendo que o pessoal continuou na carreira solo, mas no começo de 90, se juntaram e fizeram uma nova série de Chesperito. Hoje o "Chaves" é casado com a "Dona Florinda" o "Quico" e a "Chiquinha" tem um circo e a "Bruxa do 71" morreu de velhice.




*ninguém sabe ao certo qual das vidas é a real do Seu Madruga ou Don Ramon, o persongem é indissociável desse personge!

Sunday, June 08, 2008

A hora do Rio Grande Rebelde !


O Rio Grande vive uma semana D!



Depois de 7 longos meses em silêncio e obsevando o processo de avanço transformador na América Latina, a virada de jogo, a Roda Viva, voltamos a nos manisfestar.


O momento é único. E como bem lembrou o Diário Gauche, como dizia Lênin (mais um bendito rebelde), vivemos aquela semana que talvez valha por anos. Tudo indica que sim. A direita, a burguesia, encontra-se em frangualhos em nosso estado, em nossa querência. Único estado que possui secretária de Relações Internacionais, por sua posição geográfica, ainda desconhemos os efeitos de uma possível derruba de uma direita no poder aqui no Estado e o impacto que isso pode ter na região. Estão encurralados, é o momento de agir.


Após um desgaste de meses, de diversas denúncias de corrupção, de confessa apropriação da máquina pública para faovorecer interesses escusos, o governo neo-liberal de Yeda Crusius (PSDB) sangra e sente o seu falecimento logo ali. TEMOS O DEVER DE INCLUIR O TRABALHADOR COMUM, NÃO ORGANIZADO, AUTONOMO, NAS RUAS PROTESTANDO!!


Chegou mais uma encruzilhada histórica, mais uma vez o povo gaúcho é conclamado a mudar os rumos da história e dessa vez, ao contrário da guerra dos farrapos e da campanha da legalidade, as forças de fato produtivas, @s trabalhad@res não podem e não vão falhar.


O Rio Grande do Sul vive mais um momento histórico ao longo de sua história. Mais uma vez os populares são chamados a dizer um sonoro grito de "Já Basta!". Chega de parasitas roubando o povo e sucateando a coisa pública para atender a interesses particulares/privados. Temos um governo estadual comprometido com as multinacionais, com a burguesia internacional, defensor do estado mínimo. Urge que as forças populares vá para as ruas para combater e expulsar desta amada querência esta quadrilha de opressora. O Pampa sendo destruído, os Movimentos Sociais oprimidos, em especial o MST; milhares de escolas (não é exagero) tendo suas atividades encerradas. Enfim, símbolos do nosso estado, símbolos da Democracia e da República que merecem o nosso sangue se necessário para defendê-los. Este é o FIM DA LINHA para os traidores da Pátria Gaúcha. Já Basta! Onde há vontade, há um caminho e que sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra! FORA GOVERNO YEDA!!!


Quem serão os benditos rebeldes deste episódio?

Tuesday, November 06, 2007

A outra campanha - Exército Zapatista de Libertação Nacional

Um movimento armado, majoritariamente indígena, que não acredita nas armas e não pretende a tomada do poder. Uma guerrilha não convencional que prefere a força das palavras em lugar de fuzis e que dá voz aos sem voz. Entre tantos aparente paradoxos, o movimento zapatista, representado pelo EZLN - Exécito Zapatista de Libertação Nacional e pelas comunidades indígenas do sudeste do México, que são suas bases de apoio e sua carametade civil, supreende e instiga a curiosidade do mundo desde janeiro de 1994, quando apareceu publicamente nas selvas e pequenas cidades do empobrecido estado de Chiapas.
De lá para cá, os zapatistas souberam resistir aos ataquesw e pressões do governo, do exército federal e de grupos paramilitares. Com criatividade e generosidade política, estenderam inúmeras pontes de diálogo com a sociedade civil nacional e mundial, que retribuiu com solidariedade efetiva em momentos cruciais. Depois de mais de 12 anos de luta e resistência, o movimento zapatista sobrevive e se expande, propondo novamente um diálogo com amplos setores da sociedade mexicana através da sua iniciativa mais recente, "La Otra Campaña", uma caravana que desde janeiro de 2006 percorre todos os cantos do México, de sula norte, entre montanhas e pelo litoral, nas pequenas vilas ou aldeias e nas grandes metrópoles do país. após um longo período de silêncio, em 19 de junho de 2005 os zapatistas lançam um comunicado dirigido à sociedade civil e decretam alerta vermelho em todo o território insurgente, o que faz com que muitos olhos e ouvidos se voltem novamente para chiapas. Especulações sobre o que poderia acontecer percorrem o país. Fala-se em possibilidade de nova ofensiva do exército federal sobre comunidades indígenas, rumores de enfrentamento com tropas do EZLN. Novo Silêncio. Um mês depois, o alerta vermelho é suspenso pelo Comitê Clandestino Revolucionário Indígena, a comandância zapatista, em mais um comunicado, que indica também mudanças na forma de funcionamento dos "caracoles", com maior participação das bases de apoio indígenas em sua gestão. São cinco os caracóis, centros de contato político e cultural das comunidades zapatistas com a sociedade civil nacional e internacional: La Garrucha, La Realidad, Oventik, Roberto Barrios e Morelia. Antes se chamavam "Aguascalientes" e haviam sido construídos para sediar o I Encontro Intercontinental pela Humanidade e contra o Neoliberalismo, em 1996.
O objetivo dos zapatistas com o alerta vermelho era chamar a atenção da sociedade e da mídia para a proposta política que fariam a seguir, e isso foi logrado. Mas também houve críticas de vários setores, que entenderam como brincadeira de mau gosto o alerta vermelho "falso". Nos dias seguintes, começam a ser divulgados comunicados que tiveram grande repercussão dentro e fora do país. Em três partes, eles formaram a Sexta Declaração da Selva Lacandona. No primeiro documento, há um resgate histórico do movimento zapatista, suas origens, sua constituição, suas propostas, com um resumo dos avanços obtidos em sua luta desde a aparição pública de janeiro de 1994 até os dias atuais. A segunda parte recupera a cosmovisão zapatista, com uma análise da conjuntura política, econômica e social do mundo hoje, além de uma leitura crítica da globalização e seus efeitos.
Também há referências à situação do México, com destaque para as conseqüências práticas da implantação do TLC - Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos e o Canadá. Na terceira e última parte da Declaração, o EZLN lança uma nova proposta direcionada a amplos setores da chamada sociedade civil, reconhecendo nas organizações de base, nos movimentos sociais autênticos, nas agrupações de esquerda e nos cidadãos, cada qual a seu modo e a partir de seu lugar de atuação na sociedade, aliados importantes na luta pela construção de alternativas reais ao neoliberalismo. Os zapatistas propõem um " plano para ir a todas as partes do México onde exista gente humilde e simples" para perguntar a estas pessoas "como é a sua vida, sua luta, seu pensamento sobre como está nosso país e como fazemos para que não nos derrotem". Anunciam que uma delegação do EZLN sairá percorrendo todos os roncões mexicanos e convidam a todos que queiram somar-se a esta "Campanha Nacional para a construção de uma outra forma de fazer política, de um programa de luta nacional e de esquerda e por uma noca Constituição".
Na comunidade chiapaneca de San Rafael, no dia 06 de agosto de 2005, um sábado, o sub-comandante Marcos reaparece publicamente depois de cinco anos, e se reúne para discutir uma ampla plataforma política com delegados de organizações não-governamentais, camponesas e sindicais. Aos presentes e através de comunicados, os zapatistas fazem o lançamento de "La Otra Campaña", um conjunto de iniciativas para colocar em prática as propostas contidas na Sexta Declaração. O EZLN pede a adesão daqueles cidadãos e organizações sociais que concordam com os termos propostos no documento, dentro do México. O "sup" Marcos é o primmeiro a subscrever sua adesão e por isso se converte desde então em "delegado Zero". Os demais delegados zapatistas que irão percorrer o país em caravana integram a Comissão Sexta do EZLN. Em nível mundial, é lançada a Sexta internacional (www.zeztainternazional.org) que reúne as adesões, apoios e solidariedade de várias partes do planeta.
Primeiro de janeiro de 2006, comunidade de La Garrucha, município de Ocosingo. A bordo de uma motocicleta Yamaha de 625 cilindradas, batizada de "Sombraluz", ao meio-dia o subcomandante Marcos, agora delegado Zero, parte em caravana para percorrer todo o país, iniciando a "Otra Campanha", paralelamente às campanhas dos partidos convencionais para as eleições de 2 de julho deste ano. Todo vestido de negro, inclusive o capacete, Marcos leva no bagageiro de sua moto o símbolo da Sexta, "el pingüino" (o pingüim). Não reconhecido por seu tradicional gorro "pasamontañas" e sua farda, ocultos debaixo da vestimenta negra de motociclista, o "sup" passa despercebido pela multidão de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas que aguardam a partida da delegação zapatista. Continua ....

Tuesday, October 09, 2007

O sangue da direita

A direita é de direita e gosta de sangue. Quando não consegue impor suas idéias e seus interesses, apela para a força, sem limites, não importa quanto sangue corra. Quando discute, trata de impor as condições de sangue: até hoje a Alemanha, país que promoveu a maior “limpeza étnica” da história da humanidade, com o nazismo, mantém o direito de cidadania vinculado ao sangue, isto é, à ascendência alemã e não ao direito de território, que continua negando, mesmo aos netos de turcos, por exemplo, os mesmos direitos dos alemães de origem sanguínea.Por mais que certa imprensa promova o charme de Sarkozy, o novo presidente da França, ele não esconde sua ideologia e seu programa de governo. Os imigrantes são vítimas privilegiadas, com lista de expulsão, valendo-se da cobertura de ex-dirigentes socialistas reconvertidos ao governo de direita e ministros e ministras de origem árabe, para fazer o trabalho sujo.Entre eles, uma proposta, já aprovada pelo Senado, de exames de DNA para confirmar se um imigrante que solicita ingresso na França como filho ou filha, tenha realmente esse vínculo. Apelam para a prova de sangue, que lhes parece a prova irrefutável do vínculo familiar.A reação não se fez esperar. Quem lançou a campanha de reação, na falta de dirigentes políticos que o façam - desconcertados ainda pela derrota eleitoral e as renúncias de dirigentes socialistas que foram ao governo e ao FMI, nomeados por Sarkozy -, foi o semanário de humor Charlie Hebdo. Com um manifesto que diz que a proposta do governo “introduz a genética na era de uma utilização, não mais apenas médica e judiciária, mas a partir de agora em função de um controle estatal”.Ela coloca três tipos de problemas, segundo o manifesto. Em primeiro lugar, de ordem ética. “A utilização de testes de DNA para saber se uma criança pode vir ou não reunir-se a um parente na França coloca diretamente esta questão: desde quando a genética vai decidir quem tem o direito ou não de se instalar em um território? Além disso, desde quando uma família deveria se definir em termos genéticos? Seu pai ou sua mãe são as pessoas que dão amor, proteção e educação aos que eles reconhecem como seus filhos.”Esse projeto de lei vai, também, destruir o importante consenso da lei sobre a bioética que impedia as utilizações da genética contrarios à concepção da França da civilização e da liberdade.Finalmente, segundo o manifesto de Charlie Hebdo, se inscreve em um contexto de suspeita generalizada e recorrente em relação aos estrangeiros que chegam para ameaçar a vida da sociedade. As eventuais fraudes sobre regraupação familiar são reconhecidamente marginais em relação às cifras de crianças. “Em outras palavras, o projeto de lei instaurando o DNA não tem como função lutar contra uma fraude hipotética, mas sim participar dessa visão dos imigrantes que nós recusamos com toda energia.”Trata-se, assim, diz o manifesto, de um projeto de lei que, nos planos ético, científico e da vida em comunidade, introduz mudanças profundamente negativas. E solicita uma adesão que leve o governo a retirar a proposta que introduz uma reposta biológica a uma questão política, a romper as condições estáveis de um debate democrático, sereno e construtivo sobre as questões ligadas à imigração.As adesões foram generalizadas, desde artistas que não costumam se pronunciar sobre temas políticos, como Jeanne Moreau, Isabelle Adjani, dirigentes da oposição, como Ségolène Royal, Laurent Fabius, Pierre Mauroy, intelectuais como Jorge Semprun, Bernard-Henry-Lèvy, mas também políticos de direita, do mesmo partido de Sarkozy, como Dominique de Villepin ou de centro, como o ex-candidato à presidente, François Bayrou.A direita pode tentar se esconder atrás de declarações pretensamente progressistas sobre direitos sociais, diversidade cultural, etc, mas em certos temas sua visão repressiva e violenta se revela plenamente. Daí sua oposiçao feroz às políticas de cotas na educação, no trabalho, daí suas posições preconceituosas sobre os imigrantes, daí seu apelo aos argumentos de sangue ou diretamente à repressão sangrenta.

Postado por Emir Sader

Che - Breve biografia

Ernesto Guevara de la Serna nasce na cidade argentina de Rosário no dia 14 de junho de 1928, no seio de uma família aristocrática porém de idéias socialistas. Desde pequeno sofre ataques de asma e por essa razão em 1932 se muda para as serras de Córdoba. Estudou grande parte do ensino fundamental em casa com sua mãe. Na biblioteca de sua casa havia obras de Marx, Engels e Lenin, com os quais se familiarizou em sua adolescência.
Em 1947 Ernesto entra na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires, motivado em primeiro lugar por sua própria doença e desenvolvendo logo um especial interesse pela lepra. Durante 1952, realiza uma longa jornada pela América Latina, junto com seu amigo Alberto Granados, percorrendo o sul da Argentina, o Chile, o Peru, a Colômbia e a Venezuela. Observam, se interessam por tudo, analisam a realidade com olho crítico e pensamento profundo. Ernesto regressa a Buenos Aires decidido a terminar o curso e no dia 12 de julho de 1953 recebe o título de médico.
Em julho de 1953, inicia sua segunda viagem pela América Latina. Nessa oportunidade visita Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador e Guatemala. Ao visitar as minas de cobre, as povoações indígenas e os leprosários, Ernesto dá mostras de seu profundo humanismo, vai crescendo e agigantando seu modo revolucionário de pensar e seu firme antiimperialismo. Na Guatemala conhece Hilda Gadea, com quem se casa e de cuja união nasce sua primeira filha.
Convencido de que a revolução era a única solução possível para acabar com as injustiças sociais existentes na América Latina, em 1954 Guevara marcha rumo ao México, onde se une ao movimento integrado por revolucionários cubanos seguidores de Fidel Castro. Foi aí onde ele ganhou o apelido de "Che", por seu jeito argentino de falar.
A fins da década de 1950, quando Fidel e os guerrilheiros invadem Cuba, Che os acompanha, primeiro como doutor e logo assumindo o comando do exército revolucionário. Finalmente, no dia 31 de dezembro de 1958, cai o ditador cubano Fulgencio Batista.
Após o triunfo da Revolução, Che Guevara se transforma na mão direita de Fidel Castro no novo governo de Cuba. É nomeado Ministro da Indústria e posteriormente Presidente do Banco Nacional. Desempenha simultaneamente outras tarefas diversas, de caráter militar, político e diplomático. Em 1959 casa-se, em segundas núpcias, com sua companheira de luta, Aleida March de la Torre, com quem terá mais quatro filhos. Visitam juntos vários países comunistas da Europa Oriental e da Ásia.
Oposto energicamente à influência norte-americana no Terceiro Mundo, a presença de Guevara foi decisiva na configuração do regime de Fidel e na aproximação cubana ao bloco comunista, abandonando os tradicionais laços que tinham unido Cuba e Estados Unidos.
Em 1962, após uma conferência no Uruguai, volta à Argentina e também visita o Brasil. Che Guevara esteve ainda em vários países africanos, principalmente no Congo. Lá lutou junto com os revolucionários antibelgas, levando uma força de 120 cubanos. Depois de muitas batalhas, terminaram derrotados e no outono de 1965 ele pediu a Fidel que retirasse a ajuda cubana.
Desde então, Che deixou de aparecer em atividades públicas. Sua missão como embaixador das idéias da Revolução Cubana tinha chegado ao fim. Em 1966, junto a Fidel, prepara uma nova missão na Bolívia, como líder dos camponeses e mineiros contrários ao governo militar. A tentativa acabou significando sua captura e posterior execução no dia 9 de outubro de 1967. Os restos do Che descansam no mausoléu da Praça Ernesto Che Guevara em Santa Clara, Cuba.
"Nasci na Argentina; não é um segredo para ninguém. Sou cubano e também sou argentino e, se não se ofendem as ilustríssimas senhorias da América Latina, me sinto tão patriota da América Latina, de qualquer país da América Latina, que no momento em que fosse necessário, estaria disposto a entregar a minha vida pela liberação de qualquer um dos países da América Latina, sem pedir nada para ninguém, sem exigir nada, sem explorar ninguém."




O SOCIALISMO E O HOMEM EM CUBA (1965)



«O caminho é longo e cheio de dificuldades. Às vezes, por extraviar a estrada, temos que retroceder; outras, por caminhar depressa demais, nos separamos das massas; em ocasiões, por ir lentamente sentimos de perto o hálito daqueles que pisam nos nossos calcanhares. Em nossa ambição de revolucionários, tratamos de caminhar o mais depressa possível, abrindo caminhos, mas sabemos que temos que nutrir-nos da massa e que esta só poderá avançar mais rápido se for alentada com nosso exemplo.»



MENSAGEM AOS POVOS DO MUNDO (1967)



«Toda a nossa ação é um grito de guerra contra o imperialismo e um clamor pela unidade dos povos contra o grande inimigo do gênero humano: os Estados Unidos da América do Norte. Em qualquer lugar que a morte nos surpreenda, que seja bem-vinda, sempre que esse, nosso grito de guerra, tenha chegado até um ouvido receptivo, e outra mão se estenda para empunhar nossas armas, e outros homens se prestem a entoar os cantos pesarosos com estrondos de metralhadoras e novos gritos de guerra e de vitória.»

Ernesto Che Guevara


Revolucionário e líder político latino-americano, cuja negação a aderir-se tanto ao capitalismo quanto ao comunismo ortodoxo, transformou-o num emblema da luta socialista. Por sua aparência selvagem, romântica e revolucionária, Che Guevara significa hoje uma lenda para os jovens revolucionários de todo o mundo, um exemplo de fidelidade e total devoção à união dos povos subjugados.